Pedi sete notas pra ele
Ganhei sete anos de azar
Andei na calada da noite
Acendendo vela pra Iemanjá.
Mal agradecida a minha prece
Ficou a dançar
Sem respeito e humildade
Na cara da vida põe-se a chorar.
Maquiando sentimento de tristeza e raiva
Turbulência de desejos, voltou a gritar
Ecoando no nada
Ouviu seus suspiros queimarem no mar.
Amanhece o dia e a brisa solta a cantar
Do chão nasce a história de um velho sabido
Que não se deixa enrolar
O olho não vê, mas o corpo percebe.
Te engole feito areia no vento
E lhe ensina uma nova prece.
Sinta novamente tudo o que lhe passa feito jato
Num dia chuvoso.
Revela o mágico do brilho dos olhos
Que você tinha na infância.
E ancora tudo aquilo que não presta
Pra sua sabedoria
E te revela feito borboleta num casulo.
E depois me diga
Qual o sentido deste mundo.
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