domingo, 28 de setembro de 2014

Encruzilhada

 
 
 
Pedi sete notas pra ele
 Ganhei sete anos de azar
Andei na calada da noite
Acendendo vela pra Iemanjá.
 
Mal agradecida a minha prece
Ficou a dançar 
Sem respeito  e humildade
Na cara da vida põe-se a chorar.
 
Maquiando sentimento de tristeza e raiva
Turbulência de desejos, voltou a gritar
Ecoando no nada
Ouviu seus suspiros queimarem no mar.
 
Amanhece o dia e a brisa solta a cantar
Do chão nasce a história de um velho sabido
Que não se deixa enrolar
O olho não vê, mas o corpo percebe.
Te engole feito areia no vento
E lhe ensina uma nova prece.
 
Sinta novamente tudo o que lhe passa feito jato
Num dia chuvoso.
Revela o mágico do brilho dos olhos
Que você tinha na infância.
E ancora tudo aquilo que não presta
Pra sua sabedoria
E te revela feito borboleta num casulo.
E depois me diga
Qual o sentido deste mundo.
 
 
 
 
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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Passinhos da escola


Arrastando o pé 
Pelas beiradas
Indo da escola pra casa.

Abro o portão 
Desço as escadas 
Algo me espera...

TODO DIA A GENTE ESPERA!

Eu te olho com aquela carinha

Meio triste ...

Já é noite e a lua desaparece.

           No fogo o barulho da panela de pressão 

Vasa pelos cômodos

           Deixando o cheirinho de feijão pela casa.

De tudo faz você pra eu não perceber
A tal infelicidade.

Na canequinha a água cai tranquila
Inventando horizontes.


E no Pouso do Respiro
Aprovado no Desgosto
Angústia de Saber 
Querer Mudar
O caos Instalado.

Dormimos profundo
No aconchego de pouco dengo
Amando muito e pensando no tempo
Que é duro e curto
Como as paixões de verão.


Te peço Bença
 E digo boa noite pai.