segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Poema de amor

Na última sexta-feira o coletivo do sarau da brasa atravessou a ponte até Itaquera pra comungar a palavra, o som do tambor somado ao pandeiro, berimbau e a energia dos meninos misturada a nossa trouxe mais satisfação e ânimo pra seguir na caminhada.
Esta dedico ao Welington que está confinado na Fundação Casa, ele me pediu um poema que falasse de amor.



Acordei com os olhos ardendo
Era muito cedo
Coração disparado
Um tremendo frio na barriga
Pensei que estava doente
Então ...
Fui ao médico, tomei um passe
Fiz prece, reza, pulei até 500
Pra São longuinho e nada de passar
Durante a noite me deu febre
Meus lábios estavam quentes demais
A roupa do corpo ensopada
Pensei
Meu deus! Vou morrer
Então desmaiei de sono
Cansado, atordoado, preso
Desesperado

Amanheceu
O sol brilhava na cor lilás
Os pássaros cantavam alegremente
Saí para dar uma volta
Foi quando as sensações da noite passada voltaram
Tudo ao mesmo tempo
Pulsação rápida, vento, olhos arregalados
Pernas tremendo
Silêncio na rua, nenhum movimento
Todos quietos esperavam
A resposta
É o momento, ela vem
Calma, linda no seu próprio balanço
Dita os meus sentidos
Afoga o meu calor no seu íntimo
Suave palavra, dengoso afago
Captura a minha alma
Cabelos curtinhos, um charme de moça
Descobri neste dia
Que a paixão me tomou
Era ela que causava tanta dor