sexta-feira, 11 de março de 2011

Iman


Traço de linha expressiva.
Goteira que deságua nas tuas marcas.
Fortaleza nos braços
Coração desamparado
Caminha com a dor.

Sorriso de corda larga.
Proteção de arruda pra tua alegria.
Que entoa canto
Luz para os meus ouvidos.
Aquece com seu calor de mãe os meus filhos.

Lamento

Meu lamento corre forte
Como as águas que escorregam
Lapidando as pedras.

Como o vento frio que queima
Como navio sem vela que marcha na procura.
Revelação!

Meu lamento grita por todas as lágrimas
Que embaçam os olhos
Segurando a voz
Travando, machucando o disforme.

Meu lamento é muitas vezes solitário
E fala sozinho na brisa imaculada e inocente.

Ele é a fera que o meu instinto preserva.
Deixando marcas e hematomas de cores diversas.

É a cultura extasiada na imaginação e querer de transformar.
É o cansaço da sobrevivência.
É sair da prisão no pensamento.
É odiar, sentir raiva.
É fortalecer, ser reconhecido
No papel de animal envolvente
Que se mostra como corpo que não prejudica a mente.

São todas as raças e seus universos.
É cada partícula nesse imenso bloco de despejo que é a vida.