segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Reunião pública independente para um CCJ democrático

Criado em 2006 o então Centro de Cidadania da Juventude – atual Centro Cultural da Juventude “Ruth Cardoso” – foi instalado na região norte da cidade de São Paulo, precisamente na Vila Nova Cachoeirinha, com a intenção de proporcionar aos moradores da região maior acesso às atividades culturais e também às formas de produzir cultura. Na legislação que o institui – já modificada algumas vezes e atualmente sob o formato de LEI Nº 14.875, DE 5 DE JANEIRO DE 2009 -encontramos o seguintes trecho:
“Art. 3º. O Centro Cultural da Juventude tem por atribuição conduzir ações orientadas prioritariamente para jovens com idade entre 18 e 29 anos, cabendo-lhe, em especial:
I - promover o acesso e apoio às ações e atividades culturais da Cidade e da região;
II - produzir e divulgar informações de interesse dos jovens;
III - ampliar a formação, o conhecimento, as oportunidades e as habilidades que auxiliem na inserção social dos jovens;
IV - criar alternativas de lazer e convívio;
V - articular-se com entidades e instituições ligadas à cultura e ao universo da juventude, bem como integrar e apoiar iniciativas locais;
VI - gerir o quadro de pessoal, os recursos orçamentários e financeiros, os contratos, convênios e outros instrumentos congêneres;
VII - gerir os serviços administrativos e gerais de manutenção.
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no “caput”, o Centro Cultural da Juventude poderá promover o desenvolvimento de atividades e programas destinados a outras faixas de idade.”
Destacamos partes deste artigo para questionar o seu cumprimento. Já há algum tempo agrupamentos culturais independentes que desenvolvem suas atividades nos bairros da periferia da zona norte da cidade vem procurando este equipamento cultural público afim de desfrutar de suas instalações e também encontrar apoio para o desenvolvimento de sua atividades. No entanto, ao passar dos anos temos vivenciado situações bem distintas. De um lado vemos montantes de R$ 15 mil pagos a bandas que se apresentam neste Centro Cultual por apenas algumas horas, já de outro lado nossos artistas locais raramente conseguem espaço para manifestar sua arte e tampouco ser remunerados por isto, pelo contrário, já chegamos a ter algumas atividades boicotadas pela direção deste equipamento público seja na recusa de fornecimento de materiais indispensáveis às atividades e previamente solicitados, ou pelo corte de energia elétrica durante as atividades – isso para não citar casos mais graves. A verdade é que aparentemente os diretores deste equipamento público parecem preferir artistas e oficineiros de outras regiões em detrimento dos artistas locais, o que claramente indica desrespeito a partes do artigo de lei citado acima.
Para que possamos conhecer mais situações de desprestigio da arte local, bem como conhecer diferentes pontos de vista sobre adequada utilização das instalações e dos recursos deste importante equipamento público, convidamos todos os interessados a participar de uma espécie de reunião pública independente dentro do Centro Cultural da Juventude.
Enfatizamos que esta é uma iniciativa independente, que não partiu dos gestores do Centro Cultural da Juventude, com isso pretendemos desempenhar esforços para democratizar este espaço que é gerido com nosso dinheiro. Se o espaço é realmente público, então vamos ocupá-lo.
Reunião pública independente para um CCJ democrático
Local: Centro Cultua da Juventude “Ruth Cardoso” - Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641. Vila Nova Cachoeirinha. Zona Norte. (ao lado do terminal Cachoeirinha)
Data: 11 de novembro de 2010
Horário: 16h
Segue abaixo o texto da lei que institui o CCJ, publicada no Diário Oficial da Cidade de São Paulo de 06/01/2010 pag. 1.
LEI Nº 14.875, DE 5 DE JANEIRO DE 2009
(Projeto de Lei nº 252/08, do Executivo)
Dispõe sobre a criação do Centro Cultural da Juventude - CCJ, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura, e de seu respectivo quadro de cargos de provimento em comissão.
GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão de 19 de dezembro de 2008, decretou e eu promulgo a seguinte lei:
Art. 1º. Fica criado o Centro Cultural da Juventude - CCJ, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura.
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO, ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS
Art. 2º. O Centro Cultural da Juventude compõe-se de:
I - Gabinete do Diretor;
II - Conselho Consultivo;
III - Supervisão de Administração e Finanças;
IV - Supervisão de Programação.
Art. 3º. O Centro Cultural da Juventude tem por atribuição conduzir ações orientadas prioritariamente para jovens com idade entre 18 e 29 anos, cabendo-lhe, em especial:
I - promover o acesso e apoio às ações e atividades culturais da Cidade e da região;
II - produzir e divulgar informações de interesse dos jovens;
III - ampliar a formação, o conhecimento, as oportunidades e as habilidades que auxiliem na inserção social dos jovens;
IV - criar alternativas de lazer e convívio;
V - articular-se com entidades e instituições ligadas à cultura e ao universo da juventude, bem como integrar e apoiar iniciativas locais;
VI - gerir o quadro de pessoal, os recursos orçamentários e financeiros, os contratos, convênios e outros instrumentos congêneres;
VII - gerir os serviços administrativos e gerais de manutenção.
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no “caput”, o Centro Cultural da Juventude poderá promover o desenvolvimento de atividades e programas destinados a outras faixas de idade.
Art. 4º. A Supervisão de Administração e Finanças tem as seguintes atribuições:
I - executar e controlar os serviços de expediente, protocolo, tramitação de documentos e papéis, arquivo geral, reprografia, almoxarifado e transporte;
II - promover o levantamento das necessidades de compras e contratações de serviços, bem como propor a realização das respectivas modalidades de licitação;
III - formalizar termos de contratos, de parceria, de compromisso e responsabilidade e apólices de seguros, bem como de prorrogação, rescisão, aditamentos e quitações, responsabilizando-se pelo acompanhamento dos respectivos prazos;
IV - controlar os recursos materiais e gerir os recursos orçamentários, com a finalidade de atingir os objetivos do Centro;
V - planejar, manter e controlar as atividades relativas à gestão de pessoas;
VI - prestar serviços de zeladoria;
VII - providenciar a infra-estrutura necessária à realização da programação do Centro;
VIII - apoiar as produções dos espetáculos realizados, no que se refere a serviços de cenotécnica, iluminação, sonoplastia e projeção;
IX - supervisionar o serviço de bilheteria dos teatros e salas de espetáculos;
X - supervisionar o serviço de montagem de exposições;
XI - exercer outras atribuições que lhe forem cometidas, compatíveis com a sua área de atuação.
Art. 5º. A Supervisão de Programação tem as seguintes atribuições:
I - produzir, executar e controlar a agenda de programação artística
e de oficinas e a utilização dos espaços;
II - realizar encontros e atividades culturais da programação, para o desenvolvimento, aprimoramento e participação dos jovens;
III - produzir, tornar disponível e construir acervo de informações e de produtos culturais de interesse e de realização de jovens;
IV - monitorar e avaliar as atividades da programação, por meio de relatórios ou instrumentos equivalentes;
V - definir os critérios para a elaboração dos editais de seleção de projetos, atividades, espetáculos e oficinas;
VI - exercer outras atribuições que lhe forem cometidas, compatíveis com a sua área de atuação.
Art. 6º. Compete ao Diretor do Centro Cultural da Juventude:
I - responder institucionalmente pelo equipamento;
II - aprovar e estabelecer as diretrizes para a condução política e administrativa do Centro, de acordo com a política de governo;
III - realizar o intercâmbio com as demais unidades da Secretaria Municipal de Cultura;
IV - responder pela execução orçamentária do Centro.
CAPÍTULO II
DO CONSELHO CONSULTIVO
Art. 7º. O Conselho Consultivo do Centro Cultural da Juventude tem as seguintes atribuições:
I - colaborar na implementação da política cultural fixada para o Centro;
II - propor diretrizes para o plano de atividades;
III - auxiliar na avaliação dos resultados obtidos pelas parcerias e convênios firmados na área de atuação do Centro;
IV - propor medidas para o aperfeiçoamento do modelo de gestão;
V - participar da elaboração de plano de sustentabilidade e captação de recursos para o Centro;
VI - acompanhar e monitorar as ações e atividades do Centro, inclusive quanto à aplicação dos recursos orçamentários;
VII - articular a participação da comunidade em fóruns de aperfeiçoamento das atividades e gestão do Centro, mediante convite dirigido a entidades culturais, de apoio a programas de juventude, entidades locais e representantes dos usuários.
Art. 8º. O Conselho Consultivo será integrado por 9 (nove) membros, todos com seus respectivos suplentes, na seguinte conformidade:
I - pelo Poder Público Municipal, 5 (cinco) representantes, sendo um de cada um dos seguintes órgãos municipais:
a) da Secretaria Municipal de Cultura;
b) da Secretaria Municipal de Participação e Parceria;
c) da Secretaria Municipal de Educação;
d) da Subprefeitura da Casa Verde/Cachoeirinha;
e) do Centro Cultural São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura;
II - pela sociedade civil, 4 (quatro) representantes.
§ 1º. A presidência do Conselho Consultivo será exercida pelo Secretário Municipal de Cultura ou seu representante, a quem caberá o voto de qualidade.
§ 2º. Os representantes e respectivos suplentes:
I - do Poder Público Municipal serão indicados pelos titulares dos órgãos referidos no inciso I do “caput” deste artigo;
II - da sociedade civil serão escolhidos mediante critérios a serem estabelecidos em regulamento.
§ 3º. Os membros do Conselho Consultivo serão designados pelo Secretário Municipal de Cultura.
§ 4º. A Secretaria Executiva do Conselho caberá ao Centro Cultural da Juventude.
Art. 9º. O mandato dos membros do Conselho Consultivo será de 2 (dois) anos, permitidas 2 (duas) reconduções.
Parágrafo único. As funções dos membros do Conselho serão consideradas como serviço público relevante, sendo, contudo, vedada sua remuneração a qualquer título.
Art. 10. O Conselho Consultivo reunir-se-á, ordinariamente e obrigatoriamente, uma vez a cada 3 (três) meses, e, extraordinariamente, sempre que necessário, com a presença da maioria de seus membros, mediante convocação de seu Presidente ou por solicitação de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) dos seus componentes, dirigida à mesma autoridade.
Art. 11. Caberá ao Conselho Consultivo elaborar e aprovar o seu Regimento Interno, o qual será divulgado pelo Secretário Municipal de Cultura.
CAPÍTULO III
DA GESTÃO DO CENTRO CULTURAL DA JUVENTUDE
Art. 12. O Centro Cultural da Juventude realizará, semestralmente, fórum de participação de entidades, usuários e moradores da região, que se constituirá em espaço para debates, apresentação de críticas e sugestões, bem como para prestação de contas das atividades do Centro à população.
Art. 13. Para a consecução dos objetivos estabelecidos para o Centro Cultural da Juventude, com exceção das atividades gerenciais e administrativas, poderão ser firmadas parcerias por meio de convênios, termos de cooperação e outros ajustes similares com órgãos públicos, instituições de ensino e entidades não-governamentais, na conformidade da legislação em vigor.
CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 14. O Centro Cultural da Juventude será instalado em prédio próprio da Subprefeitura da Casa Verde/Cachoeirinha, na Avenida Deputado Emílio Carlos, nº 3.641, Distrito de Vila Nova Cachoeirinha.
Art. 15. Os cargos de provimento em comissão do Centro Cultural da Juventude são os constantes do Anexo I desta lei, observadas as seguintes normas:
I - criado, o cargo constante da coluna “Situação Nova”, sem correspondência na coluna “Situação Atual”;
II - mantidos, com as alterações eventualmente ocorridas, os que constam das duas situações.
Parágrafo único. Fica ressalvada a situação dos atuais servidores ocupantes dos cargos de provimento em comissão, ainda que não preencham as novas condições de provimento estabelecidas por esta lei.
Art. 16. Ficam transferidos, do Quadro Específico de Cargos de Provimento em Comissão a que se refere o Decreto nº 45.751, de 4 de março de 2005, para o Centro Cultural da Juventude, os cargos de provimento em comissão constantes da coluna “Situação Atual” do Anexo II desta lei, com as adequações necessárias, conforme o caso, previstas na sua coluna “Situação Nova”.
Art. 17. As despesas com a execução desta lei correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
Art. 18. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogados os Decretos nº 46.994, de 10 de fevereiro de 2006, nº 47.388, de 22 de junho de 2006, e nº 47.603, de 21 de agosto de 2006.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 5 de janeiro de 2009, 455º da fundação de São Paulo.
GILBERTO KASSAB, PREFEITO
Publicada na Secretaria do Governo Municipal, em 5 de janeiro de 2009.
CLOVIS DE BARROS CARVALHO, Secretário do Governo Municipal

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Venha somar conosco nessa caminhada!


Bate Papo – “Mulheres Negras Em Movimento”


Coletivo Cultural Esperança Garcia e Projeto Espremedor junto ao Cicas (Centro Independente de cultura alternativa e social).
Bate Papo – “Mulheres Negras Em Movimento” Em diversas manifestações culturais, a presença das mulheres é marcante dentro dos agrupamentos em que participam. Mas suas atuações nem sempre são lembradas com o devido respeito. Para este tema foi convidadas Juliana Balduino (Elo da Corrente, Esperança Garcia), Mariana Albuquerque (Docente do Estado), Juliana Queiros (Ativista Cultural), mediando esse bate - papo Samanta Biotti (Coletivo Cultural Peosia na Brasa, Esperança Garcia). “E mais Exposição de Fotografia de Sonia Regina Bischain, que traz nos seus registros “Mulheres da Minha Terra”, também contamos com a participação da Artista e Poeta, TATA QUILOMBAQUE, com a Exposição de trechos do Livro” Quarto de Desejo” da escritora Carolina Maria de Jesus. Apresentação Dança do Ventre, liderada por Kell e alunas das aulas de Dança do ventre do Cicas durante esse ano de 2010, performance de Sirlene Santos, integrante do grupo Corpo in Rito, em uma apresentação solo e finalizando este grande dia, Katiara Okê, cantando seu Rap que trás muito Ragga e outros elementos da Musica Negra.



Mais Informações:
http://www.myspace.com/katiara

http://esperanca-garcia.blogspot.com/
http://projetoespremedor.blogspot.com/


                           FOGUEIRA PIPOCA E RESISTÊNCIA.

Sexta feira dia 22 Outubro acontece mais uma edição do Sarau, FOGUEIRA PIPOCA E RESISTÊNCIA. Liderado pelo Coletivo Cultural Poesia na Brasa e Cicas, vamos fortalecer essa resistência, comungar da palavra e compartilhar sua arte com todos nos.


Sexta-Feira - 22-10-10 as 20h00. Pipoca Gratis!
http://projetocicas.blogspot.com/
CICAS (Centro Independente de Cultura Alternativa e Social)
Av do Poeta 740, Jd. Julieta

                                        
 Quarta edição acontece em outubro na Quilombaque


                                              
A quarta edição da JamBaque está chegando! No dia 23/10 (sábado), a partir das 23h, a Quilombaque apresenta a festa que celebra a cultura negra em toda sua diversidade - do rap ao samba-soul, passando pelos afro-beats. O quilombo urbano convida para mais uma noite de liberdade de sensações, numa jam session de dança, performance e shows. Confira as atrações especiais no cartaz acima.

Informações: (11) 3915-7539
ENTRADA: R$ 5,00
http://comunidadequilombaque.blogspot.com/


                                              TERCEIRA EDIÇÃO ESPAÇO CURTAS 23.10.2010

                                               

Nós do Projeto Espremedor fomos convidados a participar do Espaço Curtas. Projeto visa reunir e fortalecer o apoio mùtuo entre produtores independentes de diversas localidades do Brasil e viabilizar produções coletivas de qualidade, dando mais força ao circuito cinematográfico independente. E nesta terceira edição do Espaço Curtas, exibimos o filme do Cineastra e Poeta Akins Kinte. Várzea – a bola rolada na beira do coração.

19:30 - Projeto Espremedor
- “Várzea – A bola rolada na beira do coração” – Dir.: Akins Kinte – Documentário – 2010 – 39’20”

20:15 - PeryNews
- “Reporter Cidadão” – Dir. Robinson Dias/Jefferson Siqueira – 2009/2010 – Reportagens/Vídeo Denúnica – 35’00”

21:00 - Cine Campinho
- “Uma mudança a partir do Cine Campinho “ – Dir.:Renildo, Ediglebson – 2007 – Documentário – 29’00”

21:35 - CICAS
- “Mulambagem” – Dir.: Coletiva – Institucional – 2010 - 4'04''

- "Cicas" - Dir.: Desalienarte e Sujos de Barro - 2010 - 4'10"
- "Fronteira Films" - Vídeos produzidos por Maicknuclear no Cicas - 2008/2010 - 20'00"
- "Programa CQC" - Denúncia/Proteste Já - 2010 - 10'00"

Várzea – a bola rolada na beira do coração
É no terão mesmo que rolam os verdadeiros campeonatos brasileiros. O futebol de várzea alimenta os sonhos da molecada, que joga nas ruas pensando em um dia vestir a camisa do time do coração, da seleção brasileira ou só do time do bairro mesmo. É o palco das festas no finais de semana de muito marmanjo e garante emoção e diversão nos espaços da periferia brasileira.A várzea não é só o lugar onde a grama não resiste à chuva, é o samba, a poesia, hip-hop, o churrasco, a cervejada e, claro, o cenário de muitas histórias do futebol. E ao menos as da periferia paulistana estão agora presentes no documentário independente “Várzea – a bola rolada na beira do coração”, do Cineastra e poeta Akins Kinte.
http://www.youtube.com/watch?v=-oRL2pBP8Ro&feature=player_embedded#!

Direção: Akins Kinte
Assistente de Direção: Ailton Pinheiro
Roteiro: Akins Kinte e Michel (Elo da Corrente)
Direção de Fotografia: Cassimano
Still: Cassimano
Fotografia: Cassimano, Akins Kinte, Ailton Pinheiro
Pesquisa de áudio: Akins Kinte e Vanssaum
Trilha: Rico (Patota de /firmino) – Magia da Várzea ,
MC Raphão – Jogo da /vida, Akins Kinte e Preto Win – A bola Rola e Fim de Semana é o fim
Poesias: Akins Kinte e Elizandra Souza
Produção: Rafaela de Oliveira e Renato ( Lig-Lig)
Edição: Chama Sabor
Nome Várzea – A bola rolada na beira do coração
Duração
39:20
Ano 2010
http://akinskinte.blogspot.com/

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Continho




O pouco de luz que entrava na fresta da porta
Incomodava ela!
A voz das pessoas na rua
Incomodava ela!
O sorriso do carteiro trabalhando no sol quente
Incomodava ela!
Estar bem por si apenas
Incomodava ela!
Ninguém conseguia agradar a donzela
Impossível de se relacionar, comunicar, abraçar ...


Foi quando de supetão lhe dei uns tapas de poesia
Bem na cara, foram tantas que ela até vermelha ficou
Chocada com a reação, não sabia se ria ou gritava
O que contam é que depois dessa lua ela pediu perdão
E nunca mais soou rabugenta ou insana ...








                                      

Morada

                                                            


Minha morada
Muito tempo já passou
O sentimento no peito
É o retrato de uma dor
Minhas crianças continuam pelo chão
E vão para o céu bem cedo
Sem respeito e educação
A minha vida foi temperada nos seus becos
Hoje sou forte, vida adulta antes do tempo...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O sonho



Essa noite ventou
 O frio desceu com a neblina dos morros
Meu coração disparou forte
Mais uma linda criança sonhara
Pedindo paz para sua morada
Ouvi ao longe a cantoria de sua mãe guerreira
A luz apagou
Eu acordei
A melodia atraiu-me
Estremeci, meus joelhos sem controle batiam um no outro
Foi quando sentei e escutei com calma 
Cada palavra, som e cor que soltava a sua boca
Meu peito se abriu
Mãe África dentro de mim
Aí sim pude dormir um sono profundo
Certeiro na identidade
Caminho a seguir

Dia 25 de Julho!


Salve salve!
O Esperança Garcia vai fortalecer neste dia com uma intervenção às 16h, é claro que chegaremos mais cedo para sentir e apreciar o trabalho que vem sendo feito no espaço do Morro.
Então estão todos (as) convidados para somar nesta refelexão, abaixo segue o convite.

FEMININA RESISTENCIA 1ª edição


EM 25 DE JULHO DE 1992 DEFINIU-SE QUE ESTE SERIA O MARCO INTERNACIONAL DE LUTA E RESISTENCIA DA MULHER NEGRA, LATINOAMERICA E CARIBENHA.
ROMPENDO COM O MITO DA MULHER UNIVERSAL.

PARA REALÇAR AS LUTAS E REINVIDICAÇÕES DESTAS EM DESTAQUE. FOI PRECISO UMA DATA PARA SIMBOLIZAR QUEM SÃO E COMO VIVEM...



JUNTO AS IRMAS DE LUTA CONSTRUIREMOS UM PRIMEIRO ENCONTRO NO ESPAÇO CULTURAL DO MORRO (MORRO GRANDE / BRASILÂNDIA).



DIA 25 DE JULHO APARTIR DAS 10:00H

RUA XAVIER DA SILVA FERRÃO/317

EMEF MORRO GRANDE



COLABORAÇÃO:
COLETIVO ATIVISMO ABC
COLETIVA CULTURAL ESPERANÇA GARCIA
COLETIVO PEDALINAS
JULIANA QUEIROZ-MOVIMENTO NEGRO
ASS. MOVIMENTO ANARCO PUNK DE $ÃO PAULO


COMO CHEGAR:
CENTRO-NA PRAÇA DO CORREIO PEGAR ONIBUS: GUARANI
DESCER NO ULTIMO PONTO DA RUA PARAPUÃ


BARRA FUNDA-PEGAR LOTAÇÃO GUARANI
DESCER NO ULTIMO PONTO DA RUA PARAPUÃ

É festa na Brasa!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

CICAS - Centro Independente de Cultura Alternativa e Social

Agora está tudo bem, a união dos coletivos fortaleceu mais o já forte CICAS.
 
Que a cultura, arte se expresse na mais alta benevolência 
De nossos becos a moradas
Nas camadas de todas as cores, iluminar a estrada de nossos
corações em chamas por ternura e paz




sexta-feira, 11 de junho de 2010

CONVOCAÇÃO CICAS URGENTE!


Salve!
Coloco esta postagem que está no blog do CICAS espaço cultural que desenvolve trabalhos há três anos na Av: do Poeta - Vila Sabrina, inclusive com o apoio da Prefeitura. Meu pensamento ficou lá o dia todo, mas infelizmente aconteceu caminhões e policiais apareceram para esvaziar o espaço sem nenhuma notificação ou ordem direta e legal. A sensação de impotência me veio, sendo que a própria "lei" não cumpre o seu papel, pelo contrário, sem respeito foram invadindo e jogando no caminhão tudo o que estava dentro do espaço, os irmãos Juninho, Cleyton, Vagner e outros parceiros viram a cena de horror que foi, as crianças perguntando o que estava acontecendo, enfim... agora o espaço está vazio, mas está de pé. Compartilho com vocês porque esse espaço é o abrigo pra muitas crianças que passam o dia todo lá, comem, dormem, brincam e o melhor sempre estão em atividade, o que não seria possível na rua a Deus dará. Amanhã, aliás hoje terá uma reunião com o Fábrica de Cultura, provavelmente o CICAS entrará na roda para discussão de ideias e possibilidades alternativas que possam ser tomadas e nós temos que fortalecer esse elo. Os corres já estão sendo feitos e quem puder chegar soma de qualquer maneira!


sexta-feira, 11 de junho de 2010


CONVOCAÇÃO CICAS URGENTE!

NESTA PRÓXIMA SEXTA, 11/06/2010, À PARTIR DAS 8HS DA MANHÃ, TERÁ INÍCIO A PRIMEIRA FRENTE DE RESISTÊNCIA CULTURAL DO CICAS CONTRA A DEMOLIÇÃO!
A PRESENÇA DE TODOS É IMPORTANTE!

O POR QUE:

NESTA QUINTA FEIRA, 10/06/10, POR VOLTA DAS 10H DA MANHÃ, COMPARECERAM AO CICAS FUNCIONÁRIOS DA PREFEITURA, UM DELES IDENTIFICANDO-SE COMO JOEL BONFIM , ASSESSOR DO SUBPREFEITO DE VILA MARIA/VILA GUILHERME, QUE ALEGOU CONSTAR UMA ORDEM DE DEMOLIÇÃO DAS CONTRUÇÕES EXISTENTES NAQUELE ESPAÇO, DEVIDO A UM PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA PADRE JOÃO BOSCO PENIDO BURNIER, ONDE ESTÃO LOCALIZADOS O CICAS E O GRÊMIO ESPORTIVO, AMBOS INTEGRANTES DO CONJUNTO HABITACIONAL FERNÃO DIAS, COMPOSTO POR 22 CONDOMÍNIOS E AS ÁREAS DE CONVIVÊNCIA CITADAS.
SEGUNDO O ASSESSOR A ORDEM É ESVAZIAR OS IMOVÉIS ATÉ SEXTA, 11/06/2010, PARA DAR INÍCIO AS DEMOLIÇÕES NA SEGUNDA FEIRA, 14/06/10, A NÃO SER QUE ELE RECEBA ORDENS DIFERENTES DA SUBPREFEITURA.

EM VISTA DE TAL COLOCAÇÃO, PROCURAMOS O CHEFE DE GABINETE DA SUBPREFEITURA, SR. JOSÉ CARLOS ROMERO, QUE NOS ATENDEU POR VOLTA DAS 15H DO MESMO DIA. O CHEFE DE GABINETE NOS INFORMOU, PELA PRIMEIRA VEZ, QUE DE FATO HÁ UM PROJETO PARA REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA, QUE PREVE A DEMOLIÇÃO DE AMBAS AS CONSTRUÇÕES, INCLUINDO O ESPAÇO ONDE SE ENCONTRA O CICAS.

QUESTIONAMOS QUANTO A LEGALIDADE DE TAL PROCEDIMENTO, SENDO QUE EM NENHUM MOMENTO NÓS DO ESPAÇO FOMOS NOTIFICADOS SOBRE A AÇÃO. ELE ESCLARECEU QUE A ÁREA É DA PREFEITURA E LOGO A PREFEITURA PODERIA FAZER COM O ESPAÇO O QUE JULGA-SE MAIS CONVENIENTE. TAMBEM REFORÇOU QUE PARA ELES A ÁREA É CONSIDERADA COMO “ABANDONADA”, E QUE HÁ PLANOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA UNIDADE DE SAÚDE NO LOCAL.

APÓS TAIS COLOCAÇÕES, FORAM EXPOSTOS REGISTROS DE DIVERSAS ATIVIDADES, DOCUMENTOS E PUBLICAÇÕES REFERENTES AO TRABALHO REALIZADO NO LOCAL, INCLUSIVE COMO REFERENCIA O EVENTO QUE ACONTECERÁ NO PROXIMO SÁBADO, DIA 12/06/2010, QUE FAZ PARTE DA PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DO MEIO AMBIENTE, PROMOVIDA PELA PRÓPRIA SUBPREFEITURA E PELA SECRETARIA DO VERDE E DO MEIO AMBIENTE, COMO PARTE DA AGENDA 21 DA REGIÃO, ALÉM DE PROJETOS EM ANDAMENTO COMO AS OFICINAS DE TEATRO, PROMOVIDAS ATRAVÉS DO FOMENTO AO TEATRO DA SECRETARIA DE CULTURA DA CIDADE, E PROJETOS EM ELABORAÇÃO COMO A REUNIÃO DOS GRUPOS DA ZONA NORTE COM O PROGRAMA FÁBRICAS DE CULTURA, DA SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

APÓS TODAS AS INFORMAÇÕES APRESENTADAS, O CHEFE DE GABINENTE INFORMOU QUE IRÁ ENVIAR AMANHÃ, O ASSESSOR JOEL, ACOMPANHADO DE UM ENGENHEIRO, MUNIDOS DA PLANTA DE REVITALIZAÇÃO DO ESPAÇO, PARA QUE SEJA FEITA UMA ANÁLISE QUANTO A POSSIBILIDADE DA PERMANÊNCIA DO ESPAÇO.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Purgatório de Roberta



Engraçado, Roberta se trancou no quarto
De uma hora pra outra, sem mais nem menos está um caco
Não pensou na hipótese de ficar doente
Bêbada, distorceu, folgou e aprontou várias
Com a família, gato e vizinho.
Seu ego e arrogância marcaram suas pernas
Enfermidades do coração
Sem cura está pra morrer
Que pena, podia ser você
A heroína, a fabulosa das terras sem horizonte final
As possibilidades aumentariam
E a sua doença seria curada com a paixão dos amigos.

 - Que vida ingrata né Roberta? (Sarcástico)
 - Não chora agora, o leite derramou e a chuva de trevas te penetra!
 - Não era isso que você queria?
 - Conhecer a cultura dos males?
 - Aproveita e hoje atenção! Não tem perdão de Deus. (Ri alto e com satisfação).
 - Ele está de férias e pediu que eu anotasse os recados.
 - Ai, ai sinto muito bela, mas você vai com a morte, ela te espera.
 - Alma atormentada, eu não quero!  (Respondeu a morte indignada)
 - Prefiro que ela viva assim até Deus voltar (Disse a morte)
 - Tudo bem (disse o pastor de ovelhas).
E as sete horas, quatro minutos e trinta e cinco segundos o coração de Roberta para
Sua alma vaga no ar perdida, tentando um ponto de encontro.
Ao cair nas lembranças da vida real, ela se desespera, procura a todos e ninguém a ouve 
 Roberta ficou triste, se arrependeu tarde demais.
- E depois de tantas estações ela ainda se tranca no quarto, acha que é humana (Risos)
- Preferiu se acorrentar nas fogueiras que acendeu e acabou queimando.
- Que graça não? Mas nem o Diabo a quer.
Vive a donzela com seu sorriso meia boca, torto, sangrando falsas falas, regurgitando a ânsia e o enjôo que me dá quando posso ouvi-la entoando um canto qualquer.
- Toc, toc. É a morte e só vou falar uma vez.
- Não me agrado com a sua presença, mas as ninfas querem vê-la, vamos logo que preciso buscar uma alma na terra.
- Ô menina chata, aja saco pra aguentar.

Fim

terça-feira, 20 de abril de 2010

Fantasia de Amor


Aqui me deito
Envolvo seus cabelos nos meus
Acaricio delicadamente
Todas as partes
Da sua escultura.

Meus olhos adormecem
As mãos suadas estão
Trêmulas, caladas
O desejo toma conta de nós.

O amor flutua entre tremores,
vendavais e calmaria.
As velas se apagam
Mas a lua não fica de fora
Ilumina nossa dança calorosa.

A tensão e o extasie contaminam minhas células
Invadindo todo o meu sistema dengoso
Arrepiando a sensibilidade
Com o tom da sua voz no meu ouvido
Seguimos esta estrada longa, intensa
Quente e molhada...

Nos amamos mais e cada vez mais
E então o sol nasce e nós dormimos
Abraçados
Pensando no recomeço
Que não tem fim.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Lenda Viva


Para Juliana


Ao meio dia a luz do sol anunciava
Chegava a tarde para brilhar
O escadão, as casas, lotes,
Moradas.

Todos os dias, nesta mesma hora
A menina de olhos negros
Toda enfeitada de fitas e colares
Anuncia a sua chegada.

Sua pele negra reluzia beleza
Natural da sua ascendência
Seu cabelo crespo acastanhado
Combinava com os raios solares
E o seu perfume, hipnotizava
Todos acompanhavam a sua passagem
Encantados seguiam-na com os olhos
Até o final do escadão.

Quando o pôr-do-sol chegava
A Dor era tamanha
A menina ia embora junto com ele
E todos choravam de tristeza

Porque ela é realeza!
O símbolo da paz, cultura e riqueza.

Havia um ritual de despedida
Quando ia embora, a menina soprava baixinho
Com um lindo sorriso largo
Dizia a cada alma
Bem perto do coração
Que no dia seguinte voltaria
E voltou.

Seu povo nunca ficou sozinho
Desprotegido, perdido, sem identidade
Aprenderam valorizar sua cor
e não sentiram vergonha.

Transcendência no ar!

E ela sempre guerreira
Nunca desistiu da luta.

E até hoje podemos sentí-la
Em qualquer meio-dia,
Pôr-do-sol, morros, vielas iluminadas
Pelo belo laranja amarelado
Energia pura da mãe África

Falando em educação ...

Salve guerreiras e guerreiros, agradeço a paciência e o compartilhar das ideias. Nosso ideal é um espírito novo que renasce a cada conquista. Conquista esta que está focada na nossa gente, de nós para nós não tem erro, nos entendemos sempre.
Tá correria pra mim, por isso não consigo postar como antes, em casa sem net também, tá osso. Bom a novidade é que o funil da universidade pública se abriu pingando mais uma gota e eu estou lá, entrei com o coração cheio de esperança, pois é de direito nosso lugar nesse espaço, pagamos com dificuldade nossos impostos. Quem sabe daqui um tempo a porcentagem não aumenta né? Por isso vamos trabalhar com os nossos esse sentimento. Hoje sei que não consigo dormir se não fizer nenhuma ação no meu bairro, o que me deixa feliz é ajudar o outro, preenche o meu vazio e aumenta os questionamentos estruturais de nossso país. O abrir de um sorriso que para muitos não é nada, pra mim é a alma sendo vista de perto com toda a sua beleza de ser humano. As correrias com os projetos não param e nem vão parar, despertei para a minha vocação de movimentar.
Então é isso devagar e sempre!

Axé pra nóis!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Greve dos Professores

 A educação é a chave para solução dos nossos problemas, pois envolve a formação e o desenvolvimento do indivíduo como um todo, além de uma série de questões que na estatística colocada nos jornais atende a população de forma quantitativa e não qualitativa, e o resultado disso? Basta pensar no hoje século XXI onde encontramos alunos no 1º ano do Ensino Médio da rede pública sem saber ler, escrever... É triste pensar que a evolução do nosso país em relação à educação tenha e está sendo tão lenta, desatualizada, estacionada. É claro que estou falando da educação aplicada para as massas que movimentam o capital e ainda sim não dispõe do acesso aos direitos e benefícios que a lei deveria assegurar. É mais triste ainda pensar na opinião de alguns colegas que estão estudando para serem futuros educadores, primeiro não entendem o porquê da greve e não procuram saber é claro, reclamam que se atrasaram para o trabalho ou faculdade e que é uma perturbação da ordem esse monte de gente que não quer trabalhar "professor só faz greve, não trabalha". Esquecem que nestas escolas estão seus filhos, parentes, vizinhos e como trabalhar sem estrutura, material didático decente de apoio ao professor, plano de carreira, cursos de aprimoramento, capacitação e um salário digno? Afinal o professor também come, paga suas contas, não é um ser elevado que se alimenta da energia do sol, ainda não... Concluindo, a solução para o nosso país está na educação, somos um grande ciclo de educação/aprendizagem, partindo das crianças, início de tudo que não devem ser estimuladas com o senso comum que é reproduzido por muitos, é preciso estruturar a base, para que os caminhos se abram e as perspectivas aumentem e todos nós temos responsabilidade com a educação. A luta não é dos professores e sim de todos nós.

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quarta-feira, 24 de março de 2010

Passos


O movimento, transcender de jeito quente
Traz na sua morada um coração simples
Nas guerras não existe ser humano
Somos máquinas de uma grande roda gigante
Do desespero, amante da dor
E do tormento

O amor me faz cantar
Exala a minha essência
Faz sorrir, faz chorar
O preconceito me deixa triste
Um lixo solto no ar

Sigo o caminho do vendaval
Profundo funeral da existência
Suspiro aliviado com a tua presença
Que cuida, aconchega
Faz chover
No calor incendeia
E eu vou
Um pé na frente do outro
Não calo
Não sou mais tolerante
E nem a vítima
Construo o meu espaço
Eterna morada com você
Meu anjo negro




Luizinho e a Tartaruga Mágica


O menino pega o peão
Atravessa o beco
Vai pro campinho
Ele pega sua bola murcha
Joga no meio
É um delírio

A Carlinha chega de rosa
E não quer ficar de fora
Os meninos se dividem
São dois grupos competindo

A partida já começa
Com golaço da Carlinha
A torcida vibra
E o Marquinhos
Dá uma risadinha

Não escolheram a menina!
Olha só!
Ela é artilheira

Como é bom ser criança
A imaginação não engana

Como é bom ser criança
Tudo é verdade
Caminho, curiosidade
Afina o faceiro tom
A identidade!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Vergonha somada a espírito de porco e de porca...

Para senador, os negros são os culpados pela escravidão no Brasil

Ontem, durante audiência no Supremo Tribunal Federal para discutir o sistema de cotas em universidades públicas, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) usou da palavra para destilar todo o seu profundo conhecimento sobre a história do Brasil. Quem ouviu seu discurso saiu com a impressão de que aprendeu várias coisas novas. Que os africanos eram os principais responsáveis pelo tráfico transatlântico de escravos. Que escravas negras não foram violentadas pelos patrões brancos, afinal de contas “isso se deu de forma muito mais consensual” e “levou o Brasil a ter hoje essa magnífica configuração social” de hoje. Que no dia seguinte à sua libertação, os escravos “eram cidadão como outro qualquer, com todos os direitos políticos e o mesmo grau de elegibilidade” – mesmo sem nenhuma política de inserção aplicada. Com tudo isso, o nobre senador deu a entender que os negros foram os reais culpados pela escravidão no Brasil. As frases (da qual retirei trechos que estão entre aspas) foram registradas pelos jornalistas Laura Capriglione e Lucas Ferraz, da Folha de S. Paulo.
A posição do senador é compreensível, se considerarmos que o discurso feito não foi um ataque à reserva de vagas para negros e afrodescendentes e sim uma defesa da elite política e econômica que controlou a escravidão no país e que, com algumas mudanças e adaptações, desembocou em setores do seu próprio partido.
Depois me perguntam por que a proposta que confisca terras de quem usou trabalho escravo está engavetada no Congresso Nacional…
Um comentário sobre o direito dos libertados exposto pelo senador: Em meados do século 19, com o fim do tráfico transatlântico de escravos, a propriedade legal sob seres humanos estava com os dias contados. Em questão de anos, centenas de milhares de pessoas estariam livres para ocupar terras virgens – que o país tinha de sobra – e produzir para si próprios em um sistema possivelmente de campesinato. Quem trabalharia para as fazendas? Como garantir mão-de-obra após a abolição?
Vislumbrando que, mantida a estrutura fundiária do país, o final da escravidão poderia representar um colapso dos grandes produtores rurais, o governo brasileiro criou meios para garantir que poucos mantivessem acesso aos meios de produção. A Lei de Terras foi aprovada poucas semanas após a extinção do tráfico de escravos, em 1850, e criou mecanismos para a regularização fundiária. As terras devolutas passaram para as mãos do Estado, que passaria a vendê-las e não doá-las como era feito até então.
O custo da terra começou a existir, mas não era significativo para os então fazendeiros, que dispunham de recursos para a ampliação de seus domínios. Porém, era o suficiente para deixar ex-escravos e pobres de fora do processo legal. Ou seja, mantinha a força de trabalho à disposição do serviço de quem tinha dinheiro e poder.
Com o trabalho cativo, a terra poderia estar à disposição para livre ocupação. Porém, com o trabalho livre, o acesso à terra precisava ser restringido. A existência de terras livres garante produtores independentes e dificulta a centralização do capital e da produção baseada na exploração do trabalho. Com o fim do tráfico e o livre mercado de trabalho despontando no horizonte, o governo brasileiro foi obrigado a tomar medidas para impedir o acesso à terra, mantendo a mão-de-obra reprimida e alijada de seus meios de produção.
O fim da escravidão não representou a melhoria na qualidade de vida de muitos trabalhadores, uma vez que o desenvolvimento de um número considerável de empreendimentos continuou a se alimentar de formas de exploração semelhantes ao período da escravidão como forma de possibilitar uma margem de lucro maior ao empreendimento ou mesmo lhe dar competitividade para a concorrência no mercado. Desde 1995, mais de 36 mil escravos contemporâneos foram libertados pelo governo de fazendas de gado, soja, cana…
Para além dos efeitos da Lei Áurea, que completa 122 anos em maio, trabalhadores rurais ainda vivem sob a ameaça do cativeiro. Mudaram-se os rótulos, ficaram as garrafas.
Mas, principalmente, o Brasil não foi capaz de garantir que os libertos fossem tratados com o respeito que seres humanos e cidadãos mereciam, no campo ou na cidade. Herança maldita presente na sociedade. E alimentada por discursos como o de Demóstenes Torres.
PS: Posto o discurso do senador (a partir do minuto 33) a pedido de leitores. O que me lembra que um político é capaz de falar qualquer coisa de uma forma bonita…



"Negro rico no Brasil vira branco", afirma advogada que contesta cotas raciais

03/03 - 07:01
Rodrigo Haidar, iG Brasília
“Negro rico no Brasil vira branco. E branco pobre vira negro”. A frase é da advogada voluntária do DEM Roberta Fragoso Kaufmann, autora da ação que provocou a série de audiências públicas que o Supremo Tribunal Federal promove a partir desta quarta-feira para discutir a adoção de cotas raciais em universidades. Roberta não poupa adjetivos para atacar a reserva de vagas para negros, especialmente na Universidade de Brasília (UnB).

“A UnB criou um tribunal racial para definir quem é branco ou negro, com base em critérios secretos”, afirma. A direção da UnB rebate a afirmação dizendo que se trata de um evidente “excesso de linguagem” da advogada.
Loira de olhos claros, Roberta se tornou alvo de constantes protestos do movimento negro em Brasília. Não é por menos. Ela é uma das vozes mais agudas contra as cotas raciais. A advogada decidiu enfrentar o que chama de tentativa de segregação racial há quase dez anos, quando escolheu o tema de sua dissertação de mestrado, que foi aprovada em 2003 pela própria UnB.
Roberta Fragoso Kaufmann - Foto Marcos Brandão/ OBritonews

O trabalho se transformou no livro “Ações afirmativas à brasileira: necessidade ou mito?”, no qual ela traça as diferenças entre a necessidade de inclusão racial nos Estados Unidos e no Brasil. Ao final da defesa da dissertação, durante a qual foi insistentemente vaiada, seu carro estava pichado: “O mérito é burrice. E você é a maior prova disso”. O “mérito” se referia ao fato de que Roberta foi aprovada no concurso para fazer mestrado na UnB em primeiro lugar.
Flor da pele
A animosidade em relação a Roberta foi o estopim para que ela entrasse com a ação no Supremo pedindo a suspensão do vestibular da UnB, em julho passado. Segundo a advogada, pouco mais de um mês antes, ela foi convidada para discutir cotas raciais na universidade ao lado do sociólogo Demétrio Magnoli. Os dois discursariam contra o sistema de cotas, depois de outros dois convidados a falar a favor.
“Não conseguimos falar. Os que defenderam as cotas expuseram com tranqüilidade, mas quando chegou nossa vez, vaias e cornetas não nos permitiram expor nada. Uma lástima. Saí de lá decidida a não aguentar mais esse maniqueísmo”, conta Roberta. O primeiro obstáculo para entrar com a ação foi encontrar alguma entidade ou partido, que podem peticionar nestes casos ao STF, que a assinasse.
A advogada conta que foi até o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que também é contra as cotas raciais. O senador endossou a ideia da ação. Roberta tirou férias da procuradoria do Distrito Federal, onde trabalha, para estudar a ação. No dia 18 de julho, recebeu a procuração do Democratas. Dois dias depois, entrou com o pedido no Supremo para suspender as inscrições no vestibular da UnB.
O pedido parou nas mãos do presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, a quem cabe decidir as ações distribuídas em julho, quando o tribunal está em recesso. Isso foi visto como um direcionamento da ação, já que Mendes foi o orientador da tese de Roberta Kaufmann na UnB. O ministro, contudo, não suspendeu o vestibular e determinou a redistribuição da ação. O relator da causa, hoje, é o ministro Ricardo Lewandowski.
“Não houve direcionamento, tanto que o ministro Gilmar não julgou a meu favor. Houve uma coincidência de datas. A matrícula dos aprovados no vestibular aconteceria dia 23. Por isso, e porque recebi a procuração do DEM no dia 18 de julho, tive de entrar com a ação naquele período”, justifica a advogada.
Inclusão X segregação
Na ação e em seu livro Roberta Kaufmann afirma que o Brasil não pode importar um modelo pronto dos Estados Unidos e aplicá-lo sem considerar o contexto brasileiro e a realidade do País. “O modelo de ação afirmativa segue o dos EUA. Mas lá houve segregação racial promovida pelo Estado. Aqui, não. Somos orgulhosos da nossa miscigenação”, alega.
Para a advogada, o modelo brasileiro deveria incluir cotas sociais, com cortes por faixa de renda familiar e com reserva de vagas para alunos egressos de escolas públicas. Dessa forma, sustenta, as ações atenderiam à maioria da população negra, que é pobre, mas não excluiria os pobres de pele clara.
Roberta Kaufmann advoga que os brasileiros negros não chegam à universidade porque não puderam pagar boas escolas. Logo, não conseguem se qualificar para ser aprovados. E isso mostraria que, no Brasil, a desigualdade decorre por questões financeiras e sociais, não por conta da cor da pele, sustenta.
“Nos Estados Unidos as cotas raciais foram necessárias para restabelecer o equilíbrio social. Aqui, fará com que uma sociedade miscigenada comece a se segregar. Todos sabem que existe, sim, preconceito racial no Brasil. Mas as cotas podem agravar esse problema, em vez de minimizá-lo”, conclui a advogada.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Sábado na Brasa!


A bem querença traz Cidinha na Brasa perfeito! Somando com o encontro das mulheres essa guerreira forte na luta vai lançar mais um trabalho "Os Nove Pentes D`África".
Venha compartilhar e fortificar conosco mais uma batalha contra a mesmice de um sábado que naturalmente é voltado somente para as novelas...
Até lá!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Oficina de Literatura


Oficineiro: Michel da Silva, co-fundador do sarau Elo da Corrente. Em março, o poeta Michel da Silva coordenará oficinas de literatura com a proposta de discutir, analisar e produzir escritos com referência na literatura periférica e sua produção ligada à militância cultural.
Projeto contemplado pelo Edital de Ocupação do CCJ.


De 06 a 28/03, sábados e domingos, das 10h30 às 12h30.

Idade Mínima: 16 anos. 30 vagas. Inscrições até 04/03 na recepção do CCJ.

Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso - Sala 11.

Av. Deputado Emílio Carlos, 3641 - Vila Nova Cachoeirinha. Zona Norte. Grátis.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

É SÓ CHEGAR!

O Coletivo Cultural “Esperança Garcia”, nasceu do encontro entre mulheres que freqüentam e desenvolvem ações culturais nos saraus literários das periferias de São Paulo - Sarau Elo da Corrente – Pirituba e Sarau Poesia na Brasa – Vila Brasilândia. O grupo passou a promover discussões que refletem o papel da mulher negra na literatura e outras vertentes artísticas. Durante o ano de 2008, foram realizadas discussões que evidenciaram a importância de se trazer referências femininas para esses espaços, seja através da literatura, rap, trabalhos artesanais, culinária e outras manifestações culturais que venham a contribuir para reafirmação dessas identidades. Em 2009, fomos convidadas para realizar saraus literários em uma das unidades da Fundação CASA (masculina), junto com o Coletivo Literário Elo da Corrente. Organizamos com outros coletivos a 1ª Festa dos Ibejis – Homenagem ao Dia das Crianças com a distribuição de mais de 600 kits contendo doces e livros, além de intervenções artísticas, com o intuito de promover a aproximação das crianças dessa região com elementos da cultura afro-brasileira e intervenção artística com o texto “O gato da beira do rio”, escrito por Michel Yakini. Todas essas ações sempre foram embasadas em pesquisa desenvolvida em conjunto com os grupos. Com essas ações pensadas e desenvolvidas em nossos espaços, pudemos perceber certo estranhamento e, até mesmo, a ausência de discussões e trabalhos realizados por mulheres dentro dos espaços que promovem a cultura nas periferias. A partir disso iniciamos nossos trabalhos nesse coletivo, que permite desenvolvermos uma proposta de trabalho que evidencie e reflita a importância da produção cultural da mulher nessas ações. Dessa maneira, buscamos tratar de questões relativas à nós mulheres, bem como nossas subjetividades que ainda são tratadas de maneira invisível.


PROGRAMAÇÃO

06/03 - Sarau Poesia na Brasa
Endereço do Sarau:Bar do CarlitaRua Prof. Viveiros Raposo, 534(próximo ao ponto final do ônibus Ana Rosa - Brasilândia, em frente a Escola João Solimeo)

21h
Abertura – Intervenção do Coletivo Esperança Garcia
Bate-papo sobre o cotidiano da mulher na periferia.
Mostra de fotografia Sonia – MULHERES DA MINHA TERRA -
Apresentação do grupo de dança “Corpo em Rito”

11/03 – SARAU ELO DA CORRENTE – PIRITUBA
Rua Jurubim,788-A, bar do Santista

20h30
Abertura – intervenção do Coletivo Esperança Garcia
Bate-papo sobre o cotidiano da mulher na periferia.
Mostra de fotografia Sonia – MULHERES DA MINHA TERRA -
Apresentação do grupo de dança Corpo em Rito

21/03 – CENTRO CULTURAL DA JUVENTUDE
Av.Deputado Emílio Carlos, 3.641 (ao lado do terminal Cachoeirinha)Vila Nova Cachoeirinha – São Paulo – SP

14 às 20h

Exposição de Fotografia: Sonia Regina Bischain - MULHERES DA MINHA TERRA - a força, a magia e a arte de sobreviver
Exposição Artes Plásticas: Carolzinha Teixeira
Exposição de livros literatura produzida por mulheres

Abertura

14h- Intervenção do Coletivo Esperança Garcia
Bate-papo sobre as poesias e a questão da mulher nos movimentos culturais.
15h00- Apresentação do grupo Corpo em Rito
16h00- Oficina de Turbantes – Cathiara
17h00- intervenções artisticas
17h30- Oficina de bonecas Makena – Lúcia
18h30- Apresentação CIA de arte negra Capulanas


Apoio: Sarau Elo da Corrente, Sarau Poesia na Brasa, Projeto Espremedor e CCJ-vl. Cachoeirinha


VISITE NOSSO BLOG - http://esperanca-garcia.blogspot.com/

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Saudades




Saudades eu tenho
Do seu olhar
Das conversas
Do abraço
E do poder que você tem ou tinha
De saber o significado
De cada expressão minha
Das estórias, do violão
Das cantorias
Daquela música que você tocava
Pra me fazer dormir
Tranquila, sonhos bons eu tinha
Das brigas com a mãe não!
Disso eu não tenho saudade ...
Te idealizo pai
Uma forma que não tenho mais
E na verdade nem sei se tive um dia
Te vejo nos lugares acompanhando
O meu trajeto
Nas ruas, metrô, teto
Em que ponto tropeçamos?
Foi eu ou fomos nós que erramos?
O peito aperta não por você estar longe
Mas sim por te entender como um ser qualquer
Distante daquilo que um dia eu nomeei de família
E agora na minha cabeça
Reproduzo a fantasia
De alguém que um dia amei
Com toda força que o vermelho denso
Coração inquieto pode bater.