terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Prefeitura ... só de passagem

Texto inspirado no trampo que meu marido Sidnei fez na favela

 

 Tempestade
Movimento
Ação do vento sobre a água
Força da natureza contra os homens
Condição sub humana
Famílias desoladas
Terra que cai de desgosto
Encharcando o esgoto
Que corre em direção as casas
Barracos, moradas
Mães, tias, irmãs
Não conseguem ver o rosto
Dessa gente machucada
Passa um, dois, três meses e nada
Nenhuma providência é tomada
Ninguém se preocupa com a classe operária
Existe um grupo abaixo da sobrevivência
Tiquatira, zona leste, norte e oeste
Povo que tem como piso o chão escuro, podre
Água gelada é ouro
Comida nem se fala
Aqui também tem deficiente, idosos
Crianças de pé no chão o dia inteiro
Se pegar fogo na área, não tem água
Só confusão
Pra chamar a atenção precisam
Queimar pneus na Marginal
O reforço policial?
Chega com bombas de efeito moral
A dona Maria tem medo
Seu filho que tem deficiência está na cama
O policial se diverte, fala que vai tacar bomba
Matar todos, deve ser este o seu trabalho
O povo sobrevivente espera ansioso uma morada
Estão fazendo o meu cadastro
A esperança está lançada!
E quem sabe eu sobreviva para ver
minha casa do CDHU