sábado, 12 de novembro de 2011

Sensação



Queria ter o
Silêncio da medida
Na calçada delirante
De movimentos tortos.

Do calor que corrompe
As ações do tempo
Da intensidade no gozo de poder tocar
Do lamento na maldade arrancada.

Daquilo que não posso calar
Que esfria a alma derretida em versos
Caminhando leve como pena
Nas suas entranhas
Te faz arder, formigar.

Vai fugaz na pressa constante
Mas ela chega e te acalma
Caindo nua e sozinha pro seu colo
A palavra faz o reverso.




quinta-feira, 27 de outubro de 2011

RACISMO



Dia 25/10/2011 o nosso amigo Preto Will,
 
sofreu agressões psicológicas e físicas, tudo 

isso devido a uma cultura recorrente do nosso

país o RACISMO.


Faremos uma manifestação na catraca do 


metrô campo limpo dia 28/10 sexta- feira das 


16hs as 17:30.



Vamos sair do face e ir cara a cara.




 Levem poesias, músicas, 

palavras, coração e indignação.


-- 
Capulanas Cia de Arte Negra


www.ciacapulanasblogspot.com







domingo, 17 de julho de 2011

POESIA



Toc, toc
O sopro da palavra
Chega no ouvido
Zonzo...

Aperta o calo travado da alma
Congelando as cordas
Que amarrava nossas mãos.

Aquece todos os fios do corpo
Captura e lapida as raízes arrancadas
Restaura, descontrói, transforma
Cria laços nas mentes tristonhas.

Suspira ...
Alma leve vida
Vida leve alma
Leve vida calma.

Grita até os pulmões do norte
Umidece o horizonte
Salta da água doce pra salgada
Sente, precente
Muda a encruzilhada
Vira de cabeça a ponta da língua
Aspira da sina.

Guia, conta história
Faz da forma o seu planalto
Retorna a semente da terra cansada
E faz nascer o por-do-sol mais lindo
Todos os dias sem desconfiar de nada.





Amor de São João


O amor me pegou de jeito
Num dia de São João
O vento soprô ligeiro
Sem freio atingiu meu coração
E quando a fogueira acendeu
Trouxe revelação.

Fiquei arrepiada!
O amor deixa marca
Nas ondas da paixão.

Nas bandeirinhas voando
Vi um filme passando
Feliz da vida eu ia cantando.

Foi quando trupiquei numa pedra
Bati com a cara no chão
Meus dentes voaram longe
Acompanhando as brasas de São João.

E bem nessa hora
Toda suja de lama
Meu amor se viro.

E todo encantamento
Viro aberração
Fui andando pra casa
Contando os passos
De um ser aperriado
Envolvido num enrosco solitário de amor.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Palestra - Dia 16/06/2011, às 19 horas, na Sala 15.

Universidade Federal de São Paulo
Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas


Departamento de Educação
As políticas públicas na prisão em xeque: um olhar sobre a Educação para os jovens e adultos presos


Com


Arlindo da Silva Lourenço


Doutor em Ciências: Psicologia Social, pela USP, Professor Universitário e Psicólogo da Penitenciária José Parada Neto, de Guarulhos.

 
Em 19 de maio de 2010, foi publicada a Resolução da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, que dispõe sobre as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais, trazendo para o debate educacional a necessidade de se fomentar discussões sobre questões implicadas em sua implantação, seja por parte dos órgãos responsáveis pela criação e ordenação das políticas públicas, da academia e dos educadores que trabalham nos estabelecimentos prisionais. A educação escolar para jovens e adultos em situação de privação de liberdade necessita ser compreendida como direito a ser garantido, formalizado na Lei de Execução Penal Brasileira (7.210/84) e sintetizado na Constituição Federal de 1998. No estado de São Paulo, até o momento, a Fundação Professor Manoel Pedro Pimentel (FUNAP) é responsável pela educação escolar nos estabelecimentos prisionais, contando com o auxílio de professores e supervisores externos à prisão e também com monitores recrutados dentre os prisioneiros. Esta exposição visa transmitir um panorama dessas políticas públicas levadas a cabo pela FUNAP e pelo Governo estadual, como também seus sucessos, insucessos e desafios constantes.


Onde e Quando?

 
Escola de Filosofia, letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo.


Estrada do caminho Velho, 333 – Bairro dos Pimentas – Guarulhos – SP
Inscrições no local

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tristeza é não poder lhe ver crescer


Acordei de manhã, abri os olhos
E contemplei  o céu azul cheio de nuvens
No vento que desfila com a sombra que nos refresca.

Quando se vive a adolescência o sorriso maroto
Almeja sonhos impossíveis para  alguns planos.
A corrente que rodeia a alma
É enganchada pela energia mágica.

E nós como ser mutantes extrapolamos
Vamos além de cada partícula que compõe a tal capacidade.

Nossos caminhos não respeitam trilhas formadas
Pensam no amanhã indisponível de uma realidade
Concretamente induzida..

Mas transcendemos e o mundo parece pequeno 
Fica ao nossos pés.
Mas de repente um sopro de água salgada corre
E muda nossas pontencialidades.

O motivo não é o destino.
Mas sim uma sociedade que aposta na desigualdade
Tosca, seca e promissora.

A escola deixa de ser o campo da aprendizagem
E a todo ano chegam
Mais materiais de impotência.
E então chega a dor, o sofrimento
Atingindo o peito de uma vez só.

E o meu enredo segue tocando a melodia
Triste e densa.
Minhas crianças continuam pelo chão
E vão para o céu bem cedo
Sem respeito
E educação.

Ouvi no rádio que agora vão mudar a legislação
E que a segurança nas escolas será a principal
Motivação.

Mas isto já não é direito básico de nossa constituição?
Pois é também achei que era.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Iman


Traço de linha expressiva.
Goteira que deságua nas tuas marcas.
Fortaleza nos braços
Coração desamparado
Caminha com a dor.

Sorriso de corda larga.
Proteção de arruda pra tua alegria.
Que entoa canto
Luz para os meus ouvidos.
Aquece com seu calor de mãe os meus filhos.

Lamento

Meu lamento corre forte
Como as águas que escorregam
Lapidando as pedras.

Como o vento frio que queima
Como navio sem vela que marcha na procura.
Revelação!

Meu lamento grita por todas as lágrimas
Que embaçam os olhos
Segurando a voz
Travando, machucando o disforme.

Meu lamento é muitas vezes solitário
E fala sozinho na brisa imaculada e inocente.

Ele é a fera que o meu instinto preserva.
Deixando marcas e hematomas de cores diversas.

É a cultura extasiada na imaginação e querer de transformar.
É o cansaço da sobrevivência.
É sair da prisão no pensamento.
É odiar, sentir raiva.
É fortalecer, ser reconhecido
No papel de animal envolvente
Que se mostra como corpo que não prejudica a mente.

São todas as raças e seus universos.
É cada partícula nesse imenso bloco de despejo que é a vida.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pra que nome?

        

Naquele sopro de brancura a desgosto
Meu universo se refez.

Não foi fácil, mas eu enxerguei.

A luz quase apagada
Sem cor, opaca.

No Andaraí

Ela não se deteve

Invadiu meu corpo e explodiu no céu

A caminho da lua.

Daí

Fiquei em paz